Nelson de Oliveira
286 páginas
publicado em 2006
Editora: Record
Dimensões: 21,0 x 13,5 cm
Área: Contos

Um observador de objetos e do comportamento humano, Nelson de Oliveira encontra a matéria-prima de suas narrativas nas situações que testemunha nas ruas do bairro paulistano de Perdizes, onde vive. Assim nascem personagens densos que se destacam em enredos simples diante da profundidade dos protagonistas. Por outras vezes, suas histórias mostram acontecimentos maiores do que quem os vivencia, como os contos reunidos em ALGUM LUGAR EM PARTE ALGUMA. Aqui, edifícios nascem, crescem e morrem como qualquer pessoa. Meninos pensam que são patos e meninas tentam dialogar com porcos. Prepare-se para entrar no território do susto e da surpresa... Há quinze anos esses contos aguardam para serem publicados. ?Não sou eu quem decide quando minhas ficções serão publicadas. É o acaso. São as coincidências felizes que me empurram em determinada direção, que me inspiram e determinam a publicação deste livro em vez daquele?, conta. Fábulas, seu livro de estréia, era composto por quatro volumes autônomos com contos. Primeiro saíram Naquela época tínhamos um gato (Prêmio Casa de las Américas), Os saltitantes seres da lua (Prêmio da Fundação Cultural da Bahia) e Treze. Agora, finalmente, publica-se ALGUM LUGAR EM PARTE ALGUMA. Personagens extraordinárias em situações extraordinárias: nada na ficção de Nelson de Oliveira é comum, trivial, banal. O cotidiano espantoso na qual essas personagens e situações estão mergulhadas é, curiosamente, muito parecido com o nosso cotidiano chato e repetitivo. Mas as aparências enganosas desaparecem logo nas primeiras linhas. Há algo aí que brilha, vibra e explode de maneira mágica, causando muita inveja no leitor, que daria tudo para que sua vida tivesse essa mesma intensidade. As narrativas são cruéis sem ser violentas: a delicadeza e o lirismo armam a elegância e desarmam qualquer possibilidade de mau gosto. Em suas oficinas de criação literária, Nelson de Oliveira não se cansa de repetir: ?A função da grande literatura é provocar e inquietar, jamais entreter e deleitar.? Fiéis a esse lema, os contos aqui reunidos provocam e inquietam a cada página. Mas, espertos, fazem isso de modo malandro e malicioso: entretendo e deleitando o leitor. | Brochura.